Publicação norte-americana classifica as 500 maiores companhias do mundo conforme critérios de sustentabilidade. A seguradora Munich Re foi classificada como a mais verde seguida pela IBM e National Australia Bank. O Bradesco foi o quarto colocado.
Está elevando o número de agências de classificação que listam as atividades sustentáveis das grandes Companhias engajadas com as questões climáticas e ambientais.Muitos são os institutos e organizações que realizam esses levantamentos e está se tornando cada vez maior o marketing voltado para as atividades verdes.
Algo que pode ser considerado avesso às mudanças de comportamento empresariais é o chamado Greenwashing, quando os negócios não tão amigáveis ao meio ambiente muitas vezes realizam ações mínimas para apenas conseguir figurar nos rankings e poder utilizar a palavra “sustentabilidade” em suas propagandas.
O lado positivo é que o número dessas listas e a crescente importância que as empresas dão a elas deixam claro que a atenção com a questão ambiental é de grande relevância. Mesmo que o alto escalão das grandes empresas muitas vezes não estejam interessados com a preservação ambiental e sim com a redução dos custos, aumento das receitas e acesso à novos mercados, as ações empreendidas pelas companhias acarretam melhorias significativas para o meio ambiente.
Assim, a busca por práticas de eficiência energética, reflorestamento ou apoio às fontes limpas está se tornando uma obrigação para todas as corporações. No atual contexto internacional, ser uma vilã ambiental não é muito vantajoso para os negócios.
O ranking mais recente sobre políticas empresariais voltadas para a preservação ambiental foi divulgado neste domingo (16) pela revista norte-americana Newsweek. A publicação classificou as 500 maiores empresas mundiais conforme critérios de sustentabilidade que levam em conta os impactos ambientais e a transparência das informações disponibilizadas aos clientes.
De acordo com o ranking, a gigante Munich Re é classificada como a empresa mais verde do planeta com a pontuação (Green Score) de 83,6, em uma escala de 0 a 100. Em seguida consta a IBM com 82,5 e o Banco Nacional da Austrália com 82,2. O Bradesco, obteve mesma pontuação de 82,2, mas de acordo com os critérios eliminatórios da metodologia adotada ficou em quarto lugar sendo a companhia brasileira mais bem classificada.
Outras empresas do Brasil presentes no ranking são: Santander (17), Banco do Brasil (50), Itaú (54), Eletrobrás (214), Grupo Pão de Açúcar (248), Vale (312), Petrobrás (364), Ambev (412) e Gerdau (463).
As companhias financeiras acabaram levando vantagem pelos critérios da Newsweek por não mexerem com processos industriais. A publicação garante que como o ranking leva em conta o portfólio de investimentos das instituições, isso compensa em parte a falta de impactos ambientais diretos. Por exemplo, de acordo com a revista, se uma instituição financeira possui muitos investimentos em empresas com atividades prejudiciais ao meio ambiente, como petroquímicas ou minaradoras, a sua pontuação final acaba sendo reduzida.
Para chegar ao Green Score de cada empresa, a Newsweek soma a pontuação relativa ao Impacto Ambiental com outros dois fatores: Governança Ambiental e Transparência Ambiental.
A governança considera as políticas, ações, programas e metas que cada companhia possui para lidar com a gestão de recursos naturais e com os impactos de suas atividades.
Por outro lado, a pontuação por transparência é concedida para as empresas que divulguem para o público dados de sua pegada ambiental e inventários de emissões de gases do efeito estufa (GEEs).
De acordo com a Newsweek, se os governos estão hesitantes em abraçar a economia de baixo carbono o mesmo não pode ser dito da iniciativa privada. A sustentabilidade corporativa é um dos temas mais relevantes no mundo dos negócios na atualidade e praticamente todas as grandes empresas possuem planos de longo prazo e estão tornando suas atividades mais limpas e eficientes a cada ano.
As 500 companhias avaliadas pelo ranking são responsáveis pelas emissões de mais de 6 bilhões de toneladas de GEEs, o equivalente às emissões dos Estados Unidos.
Podemos concluir que as grandes corporações estão mais aptas a investirem em ações de baixo impacto ambiental. Esses atos são realizados para conquistar novos mercados e elevarem as vendas. Muitas vezes nem se importando com as questões climáticas as diretorias investem em projetos sustentáveis apenas para terem relatórios anuais verdes. Vantagem para todos, pois além de valorizarem seus ativos, a sociedade discorre de grande benefício, e independentemente dos reais interesses dos acionistas, que visam na maioria das vezes o lucro, dentre as regras do mercado, está a preservação ambiental, forma positiva de reparar os impactos no planeta e que foram de fato iniciados desde os primórdios da revolução Industrial.
Por Eduardo Beskow, Economista
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